O gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, teria conduzido investigações contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro sem seguir os procedimentos oficiais, conforme revelado por mensagens de assessores e divulgado nesta quarta-feira (14), pelo jornal “Folha de São Paulo”. As informações indicam que o setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi utilizado como uma extensão investigativa do gabinete de Moraes.
As mensagens, trocadas entre agosto de 2022 e maio de 2023, mostram que assessores de Moraes solicitavam relatórios específicos ao TSE, que eram posteriormente enviados para o inquérito das fake news no STF. O gabinete de Moraes defendeu que todos os procedimentos foram oficiais e regulares, com a participação integral da Procuradoria Geral da República.
A reportagem destaca que o jornal teve acesso a mais de 6 gigabytes de mensagens e arquivos trocados via WhatsApp por auxiliares de Moraes, obtidos de forma legal. As mensagens revelam que, em alguns casos, os relatórios eram solicitados de maneira extraoficial, sem a formalização necessária.
Esses documentos foram utilizados para embasar medidas criminais contra apoiadores de Bolsonaro, como o cancelamento de passaportes, bloqueio de redes sociais e intimações para depoimento à Polícia Federal.
Caso do TSE gera insegurança, afirma Marco Aurélio Mello
O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, de 78 anos, expressou preocupação com a repercussão negativa das investigações extrajudiciais conduzidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo ele, a situação é prejudicial tanto para o Judiciário quanto para a sociedade.

Trocas de mensagens entre assessores do ministro Alexandre de Moraes sugerem a possível elaboração de relatórios para fundamentar decisões judiciais. Mello destacou que essa prática gera insegurança jurídica, o que vai contra os princípios do Judiciário. “Estamos diante de uma grande celeuma”, afirmou.
O ex-ministro ressaltou a necessidade de impugnar atos caso se comprove algum vício de procedimento ou julgamento, embora ele não tenha uma avaliação definitiva sobre a existência de tais vícios com as informações disponíveis.
Mello também se posicionou contra um processo de impeachment de Moraes, defendido por alguns setores da oposição. “Impedimento é uma medida extrema e não trará melhores dias. É hora de temperança e reflexão, e cada integrante do Supremo deve perceber a importância de sua posição”, concluiu.
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Com apoio do Governo do Amazonas, pesquisa mostra potencial biotecnológico da folha de pau-de-balsa como substituto do mercúrio na mineração
No Amazonas, mais de três mil indígenas realizam festival e jogos indígenas
ASPROC e Consea-AM realizam doação de 50 kg de pirarucu para catadores de reciclagem em Manaus
Últimos dias de inscrições para o 2º “Close”, festival de cinema dedicado a obras com temáticas do universo LGBTQIAPN+
Abril Indígena Valer: Duhigó, Paulo Dessana e Ytanajé são os convidados da Roda de Conversa, neste sábado (19)
Em vistoria, Roberto Cidade cobra de DNIT ação efetiva para recuperação do Porto de Borba, que foi destruído por balsa de soja